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"Limite"

11-03-2010 01:15
 

Jornal O Estado de São Paulo, 4/12/1919. Culpa, entre outros motivos, a incapacidade artistica para a não existência de uma indústria do cinema no Brasil.

A arte é mais complexa do que parece, e exige, no técnico, além de cultura artística, um senso especialíssimo dos efeitos finais, que só a experiencia desenvolve (...)



Com certeza eles quebraram a cara em 1931.

 

"Limite", de Mário Peixoto, ser baixado aqui. Não sei se tem dvd a venda.

 

ATUALIZADO: Pelo que descobri parece que ainda esse ano sai o dvd. Guardem uns trocados.

Decifrando o código Tarantinesco

10-03-2010 18:29
 

Não vou negar que sou um fã de carteirinha do Selton Mello. Não vou negar que tambem sou fã de carteirinha do Quentin Tarantino.

Certo dia (muito tempo atras), boiando na net, vi uma ligação entre os dois. Era um curta brasileiro, estrelado por Seu Jorge e Selton Mello. O curta se chama Tarantino's Mind (muita gente já deve ter visto).
É uma viagem insana, em que Selton Mello diz ter decifrado o código do Tarantino.

Ele consegue fazer ligações com vários personagens de filmes do Quentin Tarantino, oque de imediato, parece loucura. Mais loucura que isso, é assistir o curta e no final, sair convencido que Tarantino fez mesmo uma ligação com vários personagens de seus filmes.

A direção do curta usa tomadas tipicas tarantinescas. Diálogos longos, muitas vezes "sem nexo" e com muitos palavrões e a câmera parada com um ângulo estratégico, perfeito.

Selton mello desdobra sua tese sobre Tarantino muito bem, confundindo o telespectador a ponto de, no final, ele nao saber se é só coincidência ou Tarantino realmente fez isso de propósito.

OBS: Se voce nao viu os filmes de Quentin Tarantino, bem capaz que não entenda o ponto central do curta, que é mostrar uma conexão entre os filmes (nao entra bastardos inglórios).
OBS²: Spoilers de alguns filmes

Se não viu ainda, e ja assistiu os filmes do Quentin tarantino, vale a experiência. E quem ja viu, vale a pena rever essa tese insana. Não vale?!?!

 

 

Educação sexual às avessas

09-03-2010 21:15


Confesso que fiquei com frio na barriga quando aluguei esse filme, mas depois a sensação passou, afinal estamos falando de Woody Allen. Resultado: fiquei apaixonada pela sequência de esquetes - pra não falar filme.
“Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo, mas tinha medo de perguntar” (1972) é pouco convencional, e serviu para testar a capacidade do diretor como o gênio da comédia. Posso estar sendo pretensiosa, mas ele é um dos poucos que consegue lidar com o gênero de uma forma inteligente e sem vulgarizar. Baseado no livro homônimo de David Reuben, a película tem a missão de tirar dúvidas sobre sexo.


Considerando que sua produção se deu nos anos 70, os questionamentos podem parecer banais aos olhos de hoje. O que é sodomia? Os afrodisíacos realmente funcionam? Porque algumas mulheres não chegam ao orgasmo? Essas são algumas das perguntas que dão origem as esquetes – que ao total são sete - desde o bobo da corte tentando abrir o cinto de castidade da rainha, interpretada por Lynn Redgrave, a espermatozóides refletindo sobre a famosa corridinha até o óvulo.
Antes de se aventurar nessa bomba de irreverência proposta por Allen, certifique se você está realmente interessado, porque é preciso muita malícia e senso de humor para se encantar por essa produção. “Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo, mas tinha medo de perguntar” é engraçado, constrangedor e exagerado, diferente de tudo o que Woody Allen já produziu. Eu indico!

 

Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Ano de lançamento: 1972
Elenco: Burt Reynolds, Lynn Redgrave, Woody Allen,
Tony Randall, Louise Lasser, Gene Wilder

 

Entre Irmãos (Brothers, 2009)

08-03-2010 14:41

Título Original: Brothers
Gênero: Drama
Duração: 95 min
Ano de Lançamento: 2009
Direção: Jim Sheridan
Roteiro: David Benioff, baseado
em roteiro de Susanne Bier
e Anders Thomas Jensen
Produção: Michael De Luca,
Ryan Kavanaugh e Sigurjon Sighvatsson
Música: Thomas Newman
Fotografia: Frederick Elmes
Direção de arte: Guy Barnes
Figurino: Durinda Wood
Edição: Jay Cassidy
Efeitos Especiais: Great FX

César
Brothers, apesar do elenco, tem um ritmo lento e até um pouco enjoativo. Mesmo assim, o roteiro consegue chamar atenção do espectador, que apreensivo, fica esperando algo grandioso acontecer. PORÉM, as "melhores" cenas do filme, acontecem no final; E logo em seguida "FIM". Jake Gyllenhall, Natalie Portman mal explorados e Tobey Maguire com cara de louco (Oscar de Ator com mais cara de louco pra ele), genial. Um remake clichê ao qual dou nota: 5.

Daniel Corrêa
Serei realmente curto e grosso. A premissa do filme é clichê. Essa parada de "alguém vai embora, quem fica se apaixona e a outra volta" está em vários filmes desde os primordios do cinema. É uma premissa dramática das mais simples. Porém, o longa se sustenta na bela atuação de Tobey Maguire. O eterno Peter Parker e um dos atores mais sem sal dos últimos anos me fez calar a boca. A direção deixa um tanto a desejar, mas "Entre Irmãos" ainda se sai razoavelmente bem. Assim como disse do "Educação", vá sem esperar muito e seja feliz.

Alex
"Entre irmãos é um remake em inglês do filme dinamarquês "Brothers" (2004), de Susanne Bier ("Depois do Casamento"), mantendo praticamente intacta a linha narrativa, com pequenas adaptações para adequar-se à realidade norte-americana."
Esperava muito mais, do mesmo jeito que "Educação" é um filme clichê mas teve uma ótima direção, pensei que Entre Irmãos seguiria o mesmo estilo, surpreendendo na direção, no desenvolvimento, mas nao foi bem assim.
A História toda é um tremendo clichê, porém o filme reúne ótimos dramas no roteiro, só esqueceram de trazê-los para a história...
Nenhum desses dramas foram bem trabalhados, em momentos onde a tensão deveria ser grande, ela não é, em vez dos acontecimentos irem fluindo naturalmente, parece que estão apenas sendo guiados, ou seja, um típico clichê, onde as cenas acontecem porque tem que acontecer daquele jeito, não há um desenvolvimento dos personagens na história...
Só vale a pena ver pelo Tobey Maguire, ótima atuação, o único no filme que teve seu personagem bem construido... de resto, é um filme chato.

Denise
Depois de terem adiado sua estréia no país, a espera finalmente chegou ao fim. Mas para quem tinha grandes expectativas em relação ao drama "Entre Irmãos" (Brothers, Jim Sheridan, 2009) pode ter se decepcionado um pouco. Pra começar a trama é puro clichê, mesmo com a desculpa de que o enfoque principal do filme é a rivalidade entre Sam (Tobey Maguire) e Tommy (Jake Gyllenhaal).
A história é até bem desenvolvida, mesmo tendo seus altos e baixos. Mas o ponto fraco maior, foi o mau aproveitamente de ótimos atores, como Natalie Portman (Grace) e Jake Gyllenhaal (Tommy), que simplesmente vêem o filme passar enquanto Tobey Maguire dá um show de atuação (me espantou a sua "não indicação" ao Oscar de melhor ator).
A trilha sonora caiu direitinho nos momentos dramáticos, destaque para Never Say Never (The Fray). Assim como "Preciosa", o filme não toca, não faz o espectador sentir pena do personagem. No geral, "Entre Irmãos" é um bom filme, mas sem grandes considerações.

 

 

Anticristo

05-03-2010 10:09
 

Prólogo
Antichrist é provavelmente o filme mais dificil de se descrever, prova disso foram as criticas extremamente contrárias em Cannes, mas hoje em dia uma produção dividir tanto assim seu publico já é motivo para classificá-lo no minimo como intrigante.

Capítulo Um: O Filme
Porém a curiosidade as vezes não supera o medo de ver algo que todos definem como "chocante". Em primeiro lugar, terror psicológico não é para qualquer um, este é um filme para se pensar; Segundo, existem cenas bem fortes, quem não tiver estômago forte nao verá o final do filme; Ou seja, se você for do tipo que gosta de pensar, interpretar simbolismos, analisar as cenas para tirar conclusões e não se preocupa de ver mutilação genital, veja o filme! Mas se não for, também sugiro que veja, Antichrist é uma obra única e mesmo que acabe não gostando, vale a pena tentar assistir.

Capítulo Dois: Simbolismo
Este é o filme mais simbolico que já vi, e por simbólico eu classifico tanto cenas surreais como cenas que nos revelam a historia unicamente através de imagens, como é o caso das diversas cenas de sexo violento tratando a libido como punição/cura, ou nos trechos onde o marido tenta fazer com que sua mulher supere o sentimento de culpa, inclusive o nome do lugar: Floresta Éden. Mais as cenas completamente fora da realidade como a raposa falante que é mostrada comendo sua própria carne ou os corpos de diversas pessoas misturados ao fundo da mata, em meio aos troncos, Tudo isso levando à magnífica cena da mutilação manifestando na realidade todo o terror e drama sofridos no psicológico dos personagens.

Capítulo Três: A Atuação
Para alguns este filme foi um erro na carreira de Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg mas sinceramente, uma boa parte da grandiosidade do filme se dá por causa deles, a relação entre eles, como conseguiram mostrar a essencia de seus personagens em cenas complicadas onde muitos atores fariam de uma forma superficial. Mas o que mais me surpreendeu foi essa conexão entre os dois durante todo o filme, e em especial a Charlotte que achei perfeita em todos os momentos de confusão, raiva e insanidade.

Capitulo Quatro: Lars Von Trier (Chaos Reigns)
Para se ter uma idéia de como é Lars Von Trier só mesmo assistindo a algum de seus filmes, eu que não o conhecia já me tornei fan ao ver Antichrist, e sugiro que vejam os mesmos filmes que já me sugeriram: Dogville e Dançando no Escuro. Durante e antes do filme, Von Trier passava por uma depressão (o que explica porque o filme é assim), porém além de seu estado mental colaborar para suas obras, sua direção é imprescindivel, as cenas, os angulos, o foco, enfim...

Epílogo
A Direção nem preciso comentar, é brilhante! A Fotografia surpreendente, roteiro com uma historia "confusa" (pelo simbolismo) mas com diversas cenas fantásticas que vão além do cinema comum, ótimos atores, filme único. Reparem que nem me atrevi a explicar os simbolismos, melhor mesmo que vejam e tirem suas próprias conclusões, se choque, fique admirado, confuso ou fascinado, e diga você mesmo se Von Trier é um gênio ou um insano.
 

nota: A Critica foi feita nesse formato "em capitulos" fazendo referência ao filme que também é dividido assim.

"Viajo porque preciso..."

04-03-2010 06:59
 
"Viajo porque preciso, volto porque te amo"

O sertão sempre foi uma temática na arte brasileira. Na música, literatura, artes plásticas, na poesia. Sempre existe a caatinga. Quase sempre igual em dores e desabores. No cinema não seria diferente.
Desde "Os Fuzis", "Vidas Secas", "Deus e o Diabo na terra do sol" e o vencedor de Cannes, "O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro" (a.k.a. "Antônio das Mortes"), até uma veia cômica no sertão, encontrada de um modo delicioso, por exemplo em "Narradores de Javé".
 
Eu tenho sangue nordestino e uma paixão enorme pela cultura de lá, gosto de modo descarado. Mas do mesmo modo posso dizer, um dos filmes que menos vontade de assistir era o mais "pulava" da programação até meus olhos, durante o ultimo festival do Rio de cinema.
"Viajo porque preciso, volto porque te amo" é um titulo horrendo. Ainda mais se estamos falando de um dos mais bonitos filmes com essa temática dos últimos anos.
 
O primeiro grande êxito do longa está nos créditos a - bela e premiadissima - direção dupla por dois fantasticos artistas: Marcelo Gomes ("Cinema, Aspirinas e Urubus") e Karim Aïnouz ("O céu de Suely").
Em seguida vale notar que a trama é simples e até clichê desamor e ter que sair de casa, no caso, um viagem à trabalho, mas que para a estética buscada é perfeita.
O filme se passa como se o protagonista estivesse filmando as cenas, não temos muito contato além da voz - que nos guia a trama em meio a memórias e pensamentos. Tudo isso enquanto viajamos por um NE mais morto e muito mais vivo do que vemos na arte e na mídia.
 
É quase impossível não colocar suas lembranças misturadas às lembranças de José Renato. E quase impossível não se comover nesse filme que é uma grande mistura de ficção e documentário, de arte e antropologia.
 
É o filme nacional imperdível do ano.
 
 
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