Blog

Nine

08-05-2010 18:12
 
Se há algo que aprendi nesses últimos tempos é: Não julgue um filme pelos atores, trailers e pelo diretor.

É implorar para se decepcionar.

E foi assim com Últimos Dias de Gus Van Sant, agora estou me preparando para ficar novamente decepcionado com A Hora do Pesadelo, remake dirigido pelo estreante nos longas, Samuel Bayer (que eu já admirava após o vídeo de Smells Like Teen Spirit do Nirvana, com certeza a melhor musica deles), mas o filme em questão é Nine, de um dos meus diretores favoritos, Rob Marshall.

Antes de dizer a você o que achei de Nine, vou dar uma leve relembrada na filmografia de Rob Marshall:

- Chicago, que para mim, dispensa comentários.

- Memórias de Uma Gueixa; não era exatamente o filme que todos esperavam, mas me agradou muito, e acho que prova que Rob Marshall, assim como Tim Burton, quando faz um trabalho que poderia ter feito melhor, consegue se sair muito melhor que a média.

Então assim que eu coloquei os olhos em Nine, foi amor a primeira vista.

Todo o elenco dispensa comentários, três trailers haviam sido divulgados e só fez minha expectativa crescer, até que chegou o momento.

E para você ter uma noção do que eu passei; assim que o filme começou, a primeira cena envolvendo um magnífico cenário inacabado, aquelas dançarinas e cada personagem feminina surgindo diante de seus olhos de formas um tanto criativas, eu pensei que toda minha expectativa teria resposta, mas o futuro nem sempre guarda boas coisas.

E... Tive que parar o filme quase no meio para ir fazer alguma coisa, tamanho o meu tédio e voltar a assisti-lo.

Nesse intervalo eu pensei em Guido Contini como um alter ego de Rob Marshall; seus primeiros filmes sendo um sucesso, mas com os que viram em seguida não tão bons assim, tanto que um dos personagens diz assim para o diretor:

Eu assisti alguns de seus filmes, os bons.

Com certeza o filme tem belas cenas musicais, Be Italian, de Fergie tem a melhor coreografia e Take It All de Marion Cotillard empolgando, mesmo os números de Penélope Cruz (que foi até indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante), Judi Dench, Sophia Loren (em um belo cenário) e as outras garotas premiadas do elenco são excelentes, Daniel Day-Lewis também não fica para trás.

Mas isso tudo só confirma uma coisa que já sei desde 2002; o talento de Marshall nas coreografias e no manuseio da câmera nos musicais.

De resto tudo o que vemos é uma competição de botox, acirrada alias, entre Nicole Kidman e Sophia Loren, esta que como Judi Dench deveria aceitar sua idade e um filme parado demais. Coisa que um musical jamais deveria ser.

Na minha opinião, um dos principais responsáveis pela minha decepção foi Maury Yeston, suas canções não tem nada demais, algumas chegando a serem até sem graça.

Além das cenas musicais e do belo começo, o filme apenas voltou a me empolgar justo no final, quando vemos os atores do filme maquiando-se, o jovem Guido andando entre os camarotes (Andale, andale), Guido conversando com um casal de atores e ao fundo, as mulheres de sua vida surgindo logo atrás dele.

O elenco esta com ótimas interpretações, Marion é a melhor com certeza, Fergie parece bem a vontade no papel de Saraghina, Nicole e Sophia mostram uma certa falta de expressão, Kate Hudson consegue se destacar em seu pouco tempo de projeção dando a abordagem certa a sua personagem, Penélope interpreta de forma muito convencedora, mas é deixada atrás por Marion, e Daniel Day-Lewis da a abordagem na medida certa a Guido, fazendo brincadeiras nas suas entrevistas para tentar tirar foco de seu filme sem roteiro, tentando disfarçar o desespero que sente.

Um belo elenco. Bela coreografia. Rob Marshall. Roteiro parado de Michael Tolkin e Anthony Minghella. Uma decepção.

A Hora do Pesadelo (2010)

07-05-2010 00:24
 
O novo A Hora do Pesadelo pode não ter sido contaminado pelo vírus 3D mas foi atacado pela praga do remake. Será tão dificil assim fazer um remake realmente bom? enfim...
Desde o começo, mesmo antes de ver o filme qualquer fan sabe que Freddy Krueger é o Robert Englund e ponto final; não é que Jackie Earle seja ruim, em Watchmen no papel de Rorschach ele tava ótimo, mas como Freddy não convenceu, e mesmo com essa desculpinha de "vamos deixar o Freddy mais dark", a maquiagem também não ficou legal, esse novo Freddy ficou foi bem fraquinho.

E quanto as pragas do remake, a que atacou o filme foi a praga da história: todo remake parece ser impossivel não mexerem na história, chega a ser ridículo, e ainda mais numa franquia, é praticamente um suicídio! O filme ia até que normalzinho até chegar na hora de falar sobre o Freddy, simplesmente não gostei de como mostraram ele. Se for comparar com o primeiro, perde feio! Em todos os aspectos.

A cena do original onde a garota é arrastada pela parede é clássico, já nesse novo ela só levita e é jogada de um lado pro outro, completamente sem graça, e por sinal todas as mortes no filme foram sem sal. Uma obs. quanto a Katie Cassidy (a que deveria ser arrastada pela parede) que na minha opinião foi a única que atuou alguma coisa no filme, só erraram no figurino, logo na cena inicial ela aparece idêntica a Ruby (personagem dela em Supernatural), pra quem vê a série fica a impressão que Sam e Dean vão entrar na lanchonete a qualquer momento.
E por falar em atuação, a Nancy (Rooney Mara) também não convence nada, não tem carisma nenhum e pelo o que pesquisei, é muito novata pra um papel grande como esse, não conseguiu aproveitar a chance que teve.

Voltando as cenas, outra ótima sequência do original que virou uma cena tosca no remake, a amiga da Nancy num saco plástico na escola, ela aparece num momento nada a ver e não cria clímax nenhum, não assusta, não faz nada; até os diálogos sinistros do Freddy não tem tanto impacto, enquanto no original a cada palavra nós damos aquele sorriso que diz: "esse é o Freddy!", no remake vemos apenas algumas frases copiadas de outros filmes e nada demais.

No geral o filme não apresenta literalmente nada novo (de interessante) e nem recria o que tem de melhor no original, além de alterar a história do Freddy, atuações fracas, fotografia e direção bem meia boca, efeitos razoáveis mas não achei que ficaram ao "estilo Freddy", com excessão da cena do tapete de sangue (quem ver o filme vai saber qual é) única cena legal também, o resultado é que muitos fans (eu incluido) ficarão bem decepcionados; pelo menos não "massacraram" o filme como outros remakes fizeram com seu original, mas não ficou bom, não vale a pena ver nem ganhando ingresso de graça pro cinema.

 

Homem de Ferro 2 (Iron Man 2)

01-05-2010 00:19
Título original: Iron Man 2
Gênero: Aventura/ação
Duração: 124 min
Ano de lançamento: 2010 (EUA)
Diretor: Jon Favreau
Produção: Kevin Feige
Roteiro: Justin Theroux
Fotografia: Matthew Libatique
Música: John Debney
Elenco: Robert Downey Jr., Don Cheadle
Gwyneth Paltrow, Sam Rockwell, Scarlett Johansson, Mickey Rourke, Samuel L. Jackson, Kate Mara.
 

 

Homem de Ferro 2 é tudo "mais" que o primeiro. Tem mais ação, diversão, personagens marcantes e novidades. Mesmo assim, meu favorito continua sendo o primeiro, mas isso não vem ao caso! Após assumir sua identidade de super-herói publicamente, Tony Stark (Robert Downey Jr.) começa a sofrer pressão do governo para compartilhar sua tecnologia com as forças armadas. E além disso, ele logicamente tem que lidar com um vilão, Ivan Vanko, um aspirante a Tony Stark! Homem de Ferro 2 demora muito pra começar, sendo que a primeira parte é recheada de festas e conflitos do próprio Tony em relação ao seu dever como herói, mas depois o filme deslancha em meio a cenas indríveis. Destaque para as atuações de Scarlett Johansson e Mickey Rourke, que chegaram a roubar várias cenas. Mesmo eu não sendo muito fã de super-produções, Homem de Ferro 2 vale a pena ser visto pela diversão e até comédia que o filme oferece!

Sede de Sangue (Thirst, 2009)

23-04-2010 16:02
 
A simples sinopse do filme é capaz de deixar qualquer um interessado: Um padre que se importava muito com a vida das pessoas se oferece como cobaia na busca por uma cura de um vírus, o experimento não dá certo mas ao invés do padre morrer, ele sobrevive por ter recebido sangue de vampiro (imagino que vampiro doaria sangue, mas...) e a partir daí ele se encontra em um dilema ético sobre como continuar vivendo sem matar pessoas, sendo que se parar de beber sangue a doença volta e ele morre!
Pra deixar ainda mais bizarro toda a história o padre se vê em um romance doentio com a mulher de seu amigo! Bom, não se podia esperar nada menos do diretor de Oldboy.

Pra começar eu queria já deixar claro que o post é sobre filmes que recebem a classificação "terror" portanto vão existir casos, como este, em que o filme na verdade não é de terror! Só porque falam de vampiros não é motivo para ser terror, do mesmo jeito que Crepúsculo é só um romance, este é só um drama.

Com relação aos vampiros, o filme mantém suas habilidades mais básicas, mas isso não chega a ser muito explorado até porque a história é sobre o dilema enfrentado pelo padre ao se ver obrigado a tomar atitudes contrárias aos seus ideais, Só leia esta parte se já viu o filme: (MOMENTO SPOILER - desde o começo ele mostra sua idéia de que suicídio é uma passagem direta para o inferno, e mesmo assim, após tudo o que ocorre no filme ele prefere se matar do que continuar tirando vidas, causando a morte de mais inocentes.).

Roteiro, Direção e Atuação perfeitos, porém para aqueles que esperam um filme de terror, nao vejam, vão se decepcionar e muito, o filme é um drama, não esperem nada além de um drama.
A História não é apenas boa, ela foi muito bem desenvolvida, a narrativa pode parecer meio lenta mas vale a pena apreciar seu crescimento, e a mudança de caráter dos personagens enfrentando seus conflitos pessoais, tudo contado com belíssimas cenas, ótimos diálogos, e a fotografia também perfeita, o ambiente sombrio é mantido por todo o filme.
Chan-Wook Park só pode ser muito insano pra pensar nessas coisas, tema completamente original e doentio, bem seu estilo; e por existirem algumas comparações quanto à história de Crepúsculo, vou fazer uma comparação técnica, enquanto um foi feito voltado para um determinado público, inclusive até alterando características típicas de um vampiro, o coreano volta a história para onde existe maior peso: o conflito para sobreviver sem ir contra seus princípios, todo o resto é usado para formar os personagens, o roteiro é sobre esse conflito que após se tornar um vampiro o padre parece entrar em um caminho sem volta, onde o que ele mais preza é desvalorizado.
Quanto a atuação quero destacar as cenas entre Tae-joo (Kim Ok-vin) e o padre (Song Kang-ho) sempre muito intensas e insanas, fizeram um trabalho excelente mostrando esse amor doentio, como se a situação deles já não fosse bizarra o suficiente.

Se você gosta de terror ou é fan de Crepúsculo, não veja, o filme é um drama! Se é fan de Oldboy e odeia Crepúsculo, este é o seu filme. Para quem aprecia o trabalho deste diretor ou a parte técnica dos filmes, esta é uma excelente escolha!

 

 

Acabei vendo este filme por estar na procura de um terror de outro continente, mas é quase impossível, tanto que tive que me conformar com este para o post, que nem é terror de verdade, enfim, fica aqui a sugestão de alguns filmes que gostaria de ver, caso vocês tenham a sorte de encontrar acho que vale a pena assistir:

(Segue os links com seus respectivos trailers)
Tucker & Dale vs Evil do Canadá
La Horde da França
The Exam do Reino Unido

Túmulo dos vagalumes

22-04-2010 21:44
 
(Hotaru no Haka, Japão, 1988)
Devido à falta de tempo, hoje postarei uma crítica feita por mim para a matéria de cinema da faculdade. Ficou até boa, rs. Ela diz respeito a uma das animações que mais gosto. Talvez seja a minha preferida! Espero que gostem e sintam vontade de conferir!

Para muitos de nós, ocidentais, animes são desenhos estereotipados, marcados pela existência de mundos paralelos, místicos e fantásticos; onde existem heróis dotados de poderes, animais e monstros que além de falar, possuem personalidade e caráter definido - o que pode impressionar os mais críticos e dificilmente levados pela magia da sétima arte.

"Túmulo dos Vagalumes" se afasta dessa fórmula que levou "Pokemón", "Sakura", "Naruto", "Dragon Ball Z" dentre tantos outros animes ao retumbante sucesso que perpassou as fronteiras do pequeno território nipônico. Quisera os irmãos Seita e Setsuko terem os superpoderes dos heróis japoneses, talvez dessa forma pudessem mudar seus destinos, a tragédia anunciada logo nos primeiros minutos dessa singela e poética animação de Isao Takahata.

A história se desenrola num Japão imerso em um conflito de grande magnitude, a Segunda Guerra Mundial. O diretor apresenta a visão japonesa do acontecimento, o que, obviamente, difere da ideia caricata envolvendo um patriotismo tolo e cego, ainda hoje observado em grande parte das obras cinematográficas americanas que tratam do tema, as quais colocam os EUA quando não como vítima, como grande redentor das nações dependentes de seu poderio bélico.
Apesar de poder incriminar as barbáries norte-americanas, Takahata não o faz. Ao espectador cabe visualizar a guerra a seu modo e tirar suas próprias conclusões. O diretor prefere centrar sua narrativa no carinho e companheirismo que pauta a relação entre dois irmãos órfãos que seriam ceifados pelo jogo de poder e demonstrções de força das grandes potências.

O que comove em "Túmulo dos Vagalumes" é o amor que une Seita e a pequena Setsuko, sem excluir, é claro, a desesperadora luta de duas crianças que queriam apenas viver, mesmo que diante de condições tão adversas.

A técnica

Animações requerem muito mais que um apurado trabalho estético. Assim como nas obras das demais categorias cinematográficas, é preciso ter atenção para os recursos de que dispõe o diretor, para fazer com que o desenho tenha profundidade e consiga atingir o espectador. Faz-se necessário uma ótima mixagem de som e que vozes unidas às expressões faciais dos personagens consigam traduzir o que sentem, fazendo da cena tão eficiente - emotivamente falando - quanto a de obras ficcionais envolvendo atores. Quanto a esses quesitos a animação de 1988 não peca.

Isao Takahata utilizou a técnica manual de desenho animado para a construção de "Túmulo dos Vagalumes". Em entrevista ao site especializado em anime e manga, Katana, o diretor afirmou não ter feito uso de nenhum recurso digital em todas as suas produções. A técnica manual pode ter sido uma opção ou - mais provável - a única opção, tendo em vista a onerosidade de produções computadorizadas.

As cores utilizadas no anime são predominantemente frias. Azuis de tonalidades escuras, o verde musgo, o preto e cinza são usados sem comedimento. A estratégia de optar pelas escalas de matizes carregadas tem íntima relação com o caos social instalado no Japão a partir dos ataques aliados. A guerra, o medo dos constantes bombardeios, os cenários de destruição e desolação, os céus enfumaçados e a fome não poderiam ter outras tonalidades se não as tristes e sombrias.

Já as cores vivas, claras e suaves aparecem nos poucos momentos em que cessam os bombardeios. É quando os personagens podem reconstruir o que havia sido reduzido a pó e acalentar a esperança de dias melhores.
 
A trilha sonora é composta por canções melódicas. A música aparece como fator complementar à utilização das cores. Harmoniosamente, pianos, órgãos e flautas tocam canções infantis e embalam os momentos de descontração, felicidade e lembranças do passado. A música parece ter o papel de materializar a inocência infantil.

Em alguns momentos o som é abruptamente interrompido pelos barulhos de gritos e sirenes que anunciam o ataque inimigo. Voltam as cores frias e tristes. Nesses momentos, o violino tem a função de criar a atmosfera de apreensão e terror.

O canto lírico nas tomadas finais unido às imagens de Setsuko brincando e sorrindo desfere no espectador o golpe cabal. Apesar da rendição japonesa em agosto de 1945, muitos dos estragos ocasionados pela guerra já não podiam ser reparados.

A vereadora antropófaga!

21-04-2010 22:04
 

Vamos dizer que a "Concejala Antropofoga" é uma pequena "palinha" sobre o recente trabalho de Pedro Almodóvar. A vereadora esta presente em seu último filme, Abraços partidos, não tão explicita como em seu curta, mas está.

Almodóvar é um gênio, nem sei o que eu, mero mortal (perante à sua pessoa), posso falar em relação ao seu curta. Vou só dizer que é um monólogo maravilhoso, que mistura política e sexo de uma maneira, não explicita, mas "intensa". Claro que ele adoçou o curta com uma pitada (quase um kilo) de cocaína, que a personagem cheira, em várias pausas que ela da, enquanto está falando.

Vale muito a pena.
Almodóvar!
 
<< 2 | 3 | 4 | 5 | 6 >>

Parcerias

 

Espaço para expor links e criar laços.

LISTA DE 10
Blog do nosso querido amigo @armando_bm
listas de 10

SESSÕES DE CINEMA
@sessoes
sessoes de cinema

CINE-PHYLUM  - A evolução da espécie
@CinePhylum 
cinephylum

VORTEX OF SENSES - Onde a vida encontra a arte
@Carlos_Cesare
thevortexofsenses


PSICOLOGIA COM PIPOCA  - A Mistura do cinema com a psicologia
@psicocompipoca
psicologiacompipoca

Salon Dú Cinéma
@c_esar
salonducinema